A.J.A.- Associação Juvenil de Arentim

A Associação Juvenil de Arentim realizou no passado sábado, dia 15 de Novembro uma visita guiada à ETAR de Valença. A anfitriã foi a Engenheira Cristina Gonçalves que é responsável por ela, a quem agradecemos a forma como fomos recebidos e guiados através de todo o sistema de tratamento, não esquecendo é claro, o contributo dado pelo operador Jácome. A visita começou na sala de comando da ETAR, onde nos foram mostrados os esquemas de funcionamento e nos foram dadas as primeiras noções do processo de tratamento das águas residuais. Este processo desenrola-se, basicamente da seguinte forma: A Fase líquida inicia-se com a recepção das águas residuais brutas, que sofrem uma gradagem fina prévia num tamizador/compactador vertical. Segue-se o tratamento preliminar composto por uma etapa de remoção simultânea de areias, óleos e gorduras. Passa-se depois para o tratamento biológico das águas residuais realizado em duas linhas de tratamento, correspondentes a duas valas de oxidação de dois canais, com dois arejadores de superfície de eixo vertical cada e operadas em regime de arejamento prolongado, o que permite realizar a estabilização simultânea das lamas biológicas. A Decantação secundária é assegurada por dois órgãos de planta circular. Após esta e antes da descarga final no Rio Minho, o efluente é ainda bombeado para um microtamizador de discos filtrantes para posterior desinfecção por radiação U.V. A Fase Sólida é composta pelo espessamento das lamas biológicas em excesso para redução do volume e aumento da concentração, seguido de desidratação numa centrífuga. As lamas desidratadas são temporariamente armazenadas num silo próprio, a partir do qual são evacuadas para o destino final. As lamas são usadas para valorização agrícola. Os agricultores que as recebem têm que estar licenciados, recebendo a parte da lama necessária de acordo com as características do terreno. As lamas também podem ser usadas para fazer tijolo mas é um processo mais caro. A ETAR de Valença possui também uma unidade de recepção dos conteúdos de fossas sépticas, mediante o pagamento de uma taxa. Esta ETAR cumpre todas as exigências de qualidade requeridas pela legislação comunitária actualmente em vigor. As análises feitas a montante e a jusante do local da descarga comprovam a conformidade de todo o processo de tratamento. Estas análises são feitas por laboratórios exteriores e enviadas para a Entidade Reguladora – IRAR. No final da visita foram-nos oferecidos uns brindes, que agradecemos, partindo depois para um descontraído almoço. A parte da tarde destinou-se a um divertido passeio pela fortaleza de Valença. Das impressões retiradas da visita, e em jeito de conclusão, cumpre-me dizer que os participantes gostaram do que viram, ficando impressionados com o facto de meios tão simples contribuírem para um resultado final excelente. O efluente que é descarregado no Rio Lima é transparente. Esta ETAR é um bom exemplo do aproveitamento dos Fundos Comunitários e da conjugação de esforços das Águas de Portugal, SGPS, S.A e da Câmaras Municipais dos Vales do Minho e Lima. Penso que existem 17 Estações de tratamento iguais a esta e que seria um exemplo a seguir por outras Câmaras Municipais, de forma a assegurar que os nossos rios não são objecto de descargas sem o tratamento adequado.